segunda-feira, 30 de junho de 2014

Há mais cristãos perseguidos hoje do que nos primeiros séculos – o Papa na Missa em Santa Marta

2014-06-30 Rádio Vaticana

Há mais cristãos perseguidos hoje do que nos primeiros séculos – esta a principal mensagem do Papa Francisco na Missa em Santa Marta na manhã desta segunda-feira, 30 de junho, dia em que se faz memória dos Mártires da Igreja Romana, cruelmente assassinados no ano 64 na colina do Vaticano por ordem do Imperador Nero após do incêndio de Roma.
O Papa Francisco chamou a atenção para o testemunho dos cristãos especialmente dos mártires, afirmando que é assim que se faz a Igreja deixando germinar o Espírito:
“Sabemos que não há crescimento sem o Espírito: é Ele que faz a Igreja, é Ele que faz crescer a Igreja, é Ele que convoca a comunidade da Igreja. Mas também é necessário o testemunho dos cristãos. E quando o testemunho chega ao fim, quando as circunstâncias históricas pedem-nos um testemunho forte, ali estão os mártires, as maiores testemunhas. E aquela Igreja é regada pelo sangue dos mártires. E esta é a beleza do martírio. Começa com o testemunho, dia após dia e pode acabar como Jesus, o primeiro mártir, a primeira testemunha, a testemunha fiel: com o sangue.”
O Papa Francisco ao recordar na sua homilia os mártires dos primeiros séculos, não deixou de salientar os mártires de hoje que, segundo o Santo Padre, são mais do que aqueles das primeiras comunidades:
“Hoje há tantos mártires na Igreja, tantos cristãos perseguidos. Pensemos no Médio Oriente, cristãos que têm que fugir das perseguições, cristãos assassinados pelos seus perseguidores. Também os cristãos mandados embora em modo elegante, com luvas brancas: também isto é uma perseguição. Hoje há mais testemunhas, mais mártires na Igreja do que nos primeiros séculos. E nesta Missa, fazendo memória dos nossos gloriosos antepassados, aqui em Roma, pensemos também nos nossos irmãos que vivem perseguidos, que sofrem e que com o seu sangue fazem crescer a semente de tantas Igrejas pequeninas que nascem. Rezemos por eles e também por nós.” (RS)

Conferências Episcopais Europeias condenam crucifixões na Síria

2014-06-30 Rádio Vaticana
Roma (RV) – A Presidência do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), informada da crucifixão de pessoas no centro de Deir Hafer, Síria, que precedeu a proclamação do Califado islâmico nos territórios sírios e iraquianos sob controle do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIL), exprime a sua firme indignação e condena tais atos.
"Estes atos que utilizam a religião para justificar atos de justiça sumária - diz a nota - vão contra todas as tentativas de pacificar o país já martirizado por anos de guerra fraticida". A mensagem é assinada pelo Cardeal Péter Erdo, Arcebispo de Esztergom-Budapest e Presidente da CCEE e pelo Cardeal Angelo Bagnasco, Arcebispo de Gênova e Vice-Presidente da CCEE.
Os jihadistas do ISIL anunciaram a criação de um califado islâmico nas regiões da Síria e do Iraque sob seu controle e designaram o líder Abu Bakr al-Baghdadi como “Califa dos muçulmanos”. Autoridades iraquianas definem os jihadistas sunitas como “uma ameaça para o mundo inteiro”.
As forças governamentais estão encontrando forte resistência à ofensiva para retomar o controle de Tikrit e a cidade petrolífera de Baiji.
(JE)

Papa aos jovens: "devemos ter presente o senso do definitivo"

2014-06-30 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano - (RV) - 
O Papa Francisco encontrou-se com jovens da Diocese de Roma, que participam de um curso voltado à busca vocacional, neste sábado, 28. O encontro, realizado na Gruta de Lourdes junto aos Jardins Vaticanos, fez parte da vigília da Solenidade de São Pedro e São Paulo e começou a ser realizado ainda durante o pontificado de Bento XVI. Depois da saudação do Cardeal Agostino Vallini, Vigário da Diocese de Roma, o Pontífice deu as boas-vindas aos jovens.
“Agradeço-vos por esta visita, esta visita à Nossa Senhora que é tão importante na nossa vida. E Ela nos acompanha também na escolha definitiva, na escolha vocacional, porque Ela acompanhou seu filho no seu caminho vocacional que foi tão duro, tão doloroso. Ela nos acompanha sempre”, disse o Papa Francisco.
E prosseguiu afirmando que “quando um cristão me diz, não que não ama a Nossa Senhora, que não procura Nossa Senhora ou não reza a Ela, eu me sinto triste. Recordo que uma vez, faz quase 40 anos, eu estava na Bélgica em um congresso, e havia um casal de catequistas, professores universitários, com filhos, uma bela família e falava de Jesus Cristo tão bem. E num certo momento eu disse: e a devoção à Nossa Senhora? Mas nós superamos esta etapa. Nós conhecemos tanto Jesus Cristo que não temos necessidade de Nossa Senhora. E aquilo que me veio à mente e ao coração foi: pobres órfãos! É assim, não? Porque um cristão sem Nossa Senhora é órfão. Também um cristão sem a Igreja é um órfão. Um cristão precisa destas duas mulheres, duas mulheres mães, duas mulheres virgens: a Igreja e Nossa Senhora. E para fazer o teste de uma vocação cristã justa, precisam perguntar-se: como vai minha relação com estas duas mães que eu tenho?, com a Mãe Igreja e com a Mãe Maria? Este não é um pensamento de piedade, não, é teologia pura. Isto é teologia. Como vai minha relação com a Igreja, com minha Mãe Igreja, que é minha Mãe?”
E o papa Francisco também disse que "isto faz bem: não deixá-la nunca e não andaremos sozinhos. Desejo-vos um bom caminho de discernimento. Para cada um de nós o Senhor tem a sua vocação, aquele lugar onde Ele quer que nós vivamos nossa vida. Mas precisamos procurá-lo, encontrá-lo e depois continuarmos, andar em frente."
O Pontífice acrescentou aos jovens sobre o "senso do definitivo". Isto para nós, disse o papa, "é importante, porque estamos vivendo uma cultura do provisório: isto sim, mas por um tempo e para um outro tempo…Te casas? Sim, sim, mas até que dure o amor, depois cada um para sua casa uma outra vez…Um rapaz, me dizia um bispo, um jovem, um profissional jovem lhe disse: eu gostaria de ser padre, mas somente por 10 anos. É assim, é o provisório. Temos medo do definitivo. E para escolher uma vocação, uma vocação qualquer, também aquelas vocações de estado, o matrimônio, a vida consagrada, o sacerdócio, devemos escolher com uma perspectiva do definitivo. Isto se opõe à cultura do provisório. É uma parte da cultura que nós temos de viver neste tempo, mas devemos vivê-la e vencê-la."
E concluiu Francisco dizendo que "também neste aspecto do definitivo, creio que um dos que têm mais garantida sua estada definitiva é o Papa! Porque o Papa…onde terminará o papa? Ali, naquele túmulo, não?" (EF)

domingo, 29 de junho de 2014

Francisco concede entrevista a jornal romano

2014-06-29 Rádio Vaticana
Roma (RV) – “Eu acho que é difícil permanecer honesto na política. Há pessoas que gostariam de fazer as coisas de modo claro, mas, depois, é como se elas fossem engolidas por um fenômeno endêmico, em vários níveis, transversal. Não porque seja a natureza da política, mas porque em uma mudança de época os impulsos para certo desvio moral se fazem mais fortes”. Foi o que disse o Papa Francisco em uma longa entrevista publicada neste fim de semana pelo jornal romano “Il Messaggero”.
“Hoje o problema da política é que ela se desvalorizou, arruinada pela corrupção, pelo fenômeno do suborno, disse o Santo Padre. “A corrupção é, infelizmente, um fenômeno mundial. Há chefes de Estado que estão na prisão por causa disso. Eu me questionei muito, e cheguei à conclusão de que muitos males crescem, especialmente durante as mudanças epocais. Estamos experimentando não tanto uma época de mudanças, mas uma mudança de época”, que “alimenta a decadência moral, não apenas na política, mas na vida financeira ou social”.
O Papa aborda também o tema da exploração sexual de crianças. “Isso me faz sofrer. Para alguns trabalhos manuais são usadas crianças porque elas têm as mãos menores. Mas as crianças são também exploradas sexualmente”. Os “idosos” “que abordam prostitutas com menos de 15 anos na rua “são pedófilos”, afirma Francisco, acrescentando “que esses problemas podem ser resolvidos com uma boa política social”. Nisso a política deve responder de modo concreto. Por exemplo, com os serviços sociais que acompanham as famílias, acompanhando-as para saírem de situações difíceis”.
Falando da pobreza disse que, “os comunistas nos roubaram a bandeira. A bandeira dos pobres é cristã. Pobreza está no centro do Evangelho. Marx não inventou nada”, disse Bergoglio. “Quem tem fome posso ajudá-lo para que não tenha mais fome, mas se ele perdeu o emprego e não consegue encontrar mais trabalho, tem a que ver com outra pobreza. Não há mais dignidade”, reflete Francisco. “Talvez possa ir à Caritas e levar para casa um pouco de comida, mas experimenta uma pobreza muito grave que destrói o coração. Muitas pessoas vão ao refeitório da Caritas em segredo, e cheias de vergonha levam para casa um pouco de comida. A sua dignidade é progressivamente empobrecida, vivendo em um estado de prostração”.
A crise econômica é uma das causas da baixa taxa de natalidade, que “não depende apenas de uma deriva cultural guiada pelo egoísmo e o hedonismo”, acrescenta Francisco, segundo a qual o elevado gasto com os animais de estimação é “outro fenômeno de degradação cultural. Isto porque a relação afetiva com o animal é mais fácil, mais programável. Um animal não é livre, enquanto ter um filho é algo complexo”.
Falando sobre a Igreja, o Papa explica que não decide sozinho. “Graças a Deus eu não tenho nenhuma Igreja, sigo Cristo. Eu não fundei nada. Do ponto de vista de estilo eu não mudei de como eu era em Buenos Aires, afirma Bergoglio. Sobre o programa, no entanto, sigo o que os cardeais pediram durante as congregações gerais antes do Conclave. O Conselho dos oito cardeal – continua o Papa - foi pedido para que ajudasse a reformar a Cúria. O que que não é fácil, porque se dá um passo, mas depois emerge que é preciso fazer isto ou aquilo, e se antes havia um dicastério, em seguida, se tornam quatro. As minhas decisões - conclui Franciso - são o resultado das reuniões pré-Conclave. Eu não fiz nada sozinho”. (SP-Messaggero)

Caos no Iraque. Cristãos em fuga. Apelo do arcebispo de Mossul

2014-06-29 Rádio Vaticana
O Iraque está cada vez mais no caos. Os milicianos islâmicos do ISIL continuam a avançar em direção a Bagdad. Morte e destruição em Tikrit, já nas mãos de extremistas sunitas. Drones armados - aviões não tripulados - dos EUA sobrevoaram a capital iraquiana, enquanto milhares de cristãos estão fugindo. Dramático apelo do Arcebispo sírio-católico de Mosul.

“Diante do drama do nosso povo, apelo aos líderes políticos de todo o mundo: é preciso agir agora para acabar com a deterioração da situação, trabalhando não só no âmbito humanitário, mas também no âmbito político e diplomático”. É o apelo de Dom Moshe. Cerca de 90 por cento dos mais de 40 mil habitantes de Mosul, quase todos os cristãos, fugiram nos últimos dois dias diante da ofensiva dos rebeldes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.
Milhares de famílias chegaram ao Curdistão iraquiano em busca de refúgio, água e comida. Enquanto continua alto o nível de violência, se move a diplomacia internacional, com o secretário de Estado dos EUA, Kerry, em missão na Arábia Saudita, e aguarda-se o que poderá fazer a ONU, a quem enviou um forte apelo o ministro das Relações Exteriores iraquiano, Zebari para obter um urgente apoio urgente. Enquanto isso, do Curdistão iraquiano, já quase um Estado dentro do Estado, o Presidente Barzani, afirma: “A cidade de Kirkuk permanecerá curda apesar do avanço dos milicianos sunitas. (SP, Programa Brasileiro)


Tu és Pedro!

2014-06-29 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano- (RV) - Na solenidade de Pedro e Paulo comemoramos também o “Dia do Papa”. Além do óbolo de São Pedro que enviamos como nossa unidade com as preocupações sociais do Santo Padre, creio que a nossa unidade com o sucessor de Pedro e contemplar os sinais que o Espírito Santo tem deixado na Igreja e no mundo nestes últimos tempos deve ser uma ocasião para rezarmos pelo “nosso Pontífice” para que Deus o conserve e o santifique.
Permanece forte na memória a experiência de confiança em Deus, na fé, que vivemos por ocasião do último conclave e da escolha do sucessor do Apóstolo Pedro no serviço universal da Igreja Católica. Acompanhamos atentamente todos os acontecimentos com olhar de fé e sabemos que os Cardeis escolheram o Papa iluminados pela ação do Espírito Santo. A eleição do Papa Francisco nos faz ver com clareza a Igreja governada pelo Espírito Santo. Mesmo com nossas fragilidades e dificuldades nós nos inclinamos a bendizer a Deus pelos sinais que coloca constantemente em nossas vidas.Vale lembrar sempre, que a Igreja é uma Instituição originada de Jesus Cristo, filho de Deus, o qual foi construindo o seu discipulado, tendo como cabeça o apóstolo Pedro. A sentença do Divino Mestre: “Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei minha Igreja” (Mt 16,15), vem nos lembrar como Jesus quis a continuidade de sua missão. O ministério Petrino (primado de Pedro), assim denominado pela tradição da Igreja, é, portanto, mandato divino e está a serviço da unidade na Igreja confirmando os irmãos na fé, na doutrina, nos sacramentos e na reta interpretação bíblica. Pedro foi chamado por primeiro para essa missão depois estendida a seus sucessores. Pedro é o primeiro a entrar no Túmulo de Jesus (Jo 20,6); Pedro, intercede pelos milagres (At 3,1; 5,1-15; 9,40); Pedro que preside o Concílio de Jerusalém (ano 48) para solucionar a controvérsia em torno da circuncisão dos pagãos que se convertiam ao Cristianismo (At 15,15); Pedro, toma a iniciativa de substituir Judas, o traidor (At 1,15); Pedro, fala em nome dos Apóstolos no grande discurso aos Judeus no dia de Pentecoste(At 2,14); Pedro, que avisado em sonho, admite os primeiros pagãos na Igreja (At 10,11).
Este ministério Petrino, a partir do dia 13 de Março de 2013, é exercido e perenizado pela ínclita figura do Papa Francisco, o primeiro pontífice Latino-americano. Ontem foi Pedro, hoje é Francisco, sempre será Cristo! Pois, assim disse Jesus: “Pedro, eu rezei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma teus irmãos” (Lc, 22,32). Nos primeiros dias de seu pontificado, o Papa Francisco já encantou o mundo com sua simplicidade e a força do seu testemunho pessoal, sobretudo na vivência da pobreza e despojamento. Já há um ano completo do seu pontificado, podemos contatar quão bem o Papa Francisco tem feito a todos. Nós somos testemunhas aqui no Rio de Janeiro quando ele presidiu o grande encontro com a juventude do mundo, como foi ao encontro de todos chamando a uma nova vida. Vemos que, pela vida e anuncio que o Papa nos faz aquilo que o Espírito Santo quer falar à Igreja e ao mundo. O Papa Francisco, diante da conjuntura histórica de mudança de época e novo paradigma civilizatório que estamos atravessando está sendo o profeto de novos tempos, tanto para a Igreja como para a sociedade. Escutemo-lo! É um Papa para este tempo! Vamos ouvir o recado de Deus sobre a escolha de Francisco para conduzir a barca de Pedro!
O Papa Francisco, com a escolha do nome, pode sinalizar um dos aspectos a ser acentuado no seu pontificado. Nestes primeiros anos de seu pontificado ele tem falado muito com os gestos simples de carinho, humildade e bondade. É a convicção e a certeza que ele nos passa, de que é possível superar o mal com a bondade. Vem apontando o caminho da simplicidade cristã, do diálogo ecumênico, inter-religioso e cultural, da pobreza evangélica, como meios de santificação e renovação pastoral na Igreja, sinal e instrumento de salvação para o mundo.O Papa Francisco desencadeou uma grande reforma na estrutura administrativa e econômica no Vaticano. Entre os fatos mais marcantes deste primeiro ano de Francisco, temos: a viagem a ilha de Lampedusa, a criação de um grupo de cardeais para propor a reforma da estrutura da Santa Sé, os apelos contra a guerra na Síria, a EncíclicaLumen Fidei, a Exortação apostólica Evangelii Gaudium. Outro grande destaque foi a visita do pontífice ao Brasil, na 28ª Jornada Mundial da Juventude que aconteceu no Rio de Janeiro. Ele foi também a cidade de Aparecida em São Paulo do qual ele anunciou que retornará à cidade em 2017, no terceiro centenário do encontro no Rio Paraíba da Imagem da Padroeira do Brasil. No primeiro consistório do Papa Francisco ele deixou claro o que pensa sobre essa missão: falou sobre a importância da humildade, que tem pregado desde que assumiu o pontificado, e pediu aos cardeais que se coloquem a serviço da Igreja.
Elevemos a Deus nossas preces na certeza de que o Papa Francisco, há de contar, com a assistência da Divina providência e a docilidade do rebanho. Ao Papa Francisco nossa obediência na fé! Nossa certeza absoluta, que Jesus Cristo, o Bom Pastor, ajudará o sucessor de Pedro e a Igreja, diante dos desafios de nosso tempo, a cumprirem, com amor e coragem, a missão de anunciar a Boa Nova da salvação a todos os povos, testemunhando a caridade para com todos, especialmente aos mais pobres e pequenos deste mundo. Deus ilumine e abençoe o Santo Padre, Papa Francisco, dando-lhe todas as graças necessárias para continuar guiando a Igreja em uma evangelização, à luz de Aparecida, de uma Igreja “em saída” ao encontro dos homens e mulheres!Viva o Papa Francisco! Viva a Santa Igreja! Viva Pedro e Paulo! Amém!
Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.

sábado, 28 de junho de 2014

Igreja da Colômbia pede a negociadores de paz para considerar a dor das pessoas

2014-06-28 Rádio Vaticana
Bogotá - (RV) - Após a conclusão de uma reunião da Comissão de Conciliação Nacional da Colômbia, coordenada pela Igreja Católica, Dom José Daniel Falla Robles, Bispo Auxiliar de Cali e Secretário Geral da Conferência Episcopal da Colômbia, lançou um apelo para que as conversações de paz, em Havana, Cuba, tenham em mente todas as vítimas, assegurando-lhes uma indenização justa.
“É fácil decidir políticas e acordos sem olhar as pessoas, mas a chave é a dor da pessoa. Quem realizou algum ato de terrorismo deve entender a dor que causou,” disse Dom Falla. “Faço um apelo para que se tenha em consideração todos os que sofrem e que desejam uma nação reconciliada,” afirmou. “Nós gostaríamos que na mesa das tratativas, em Cuba, exista sinceridade em tudo o que concerne a uma negociação de paz veloz. A melhor coisa para o nosso país é baixar as armas e começar a construir a paz. E para isso deve existir uma grande transparência,” reforçou.
O Vice-Presidente do Governo colombiano, Angelino Garzon, que participa deste encontro enviado pela Comissão de Conciliação Nacional, falando a imprensa declarou: “Nós todos devemos escutar esta terceira voz tão relevante, como é a voz da Igreja Católica e do CCN, enquanto o país tem necessidade de propostas de diálogo e reconciliação nacional,” afirmou,
A Igreja Católica não participa diretamente na mesa das negociações de paz em Cuba, mas se transformou na voz de referência da comunidade nacional por defender os que sofrem e as vítimas do terrorismo.(EF)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

"Un Dios prohibido", melhor filme de festival internacional católico

2014-06-27 Rádio Vaticana - Roma (RV) – O filme “Un Dios prohibido” recebeu nesta quinta-feira, 26, o título de Melhor Filme do ‘International Catholic Film Festival-Mirabile Dictu’, realizado em Roma. Na película, o Diretor espanhol Pablo Moreno conta a história do martírio de 51 religiosos claretianos no início da Guerra Civil Espanhola (1936), porque se recusaram a renunciar a Deus e a seus hábitos sacerdotais.

O Festival encerrado ontem, quinta-feira, com a proclamação dos vencedores, foi idealizado pela cineasta Liana Marabini em 2010 para dar espaço a produtores e diretores de obras que promovem valores morais universais e modelos positivos.
As gravações em 1896 do Papa Leão XIII que passeava nos Jardins Vaticanos e, no ano sucessivo, concedendo a bênção apostólica, marcam “o início quase que absoluto da ligação entre Igreja e cinema”, observou o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi. Uma ligação “que sempre continuou de maneira implícita, por meio dos grandes diretores, com os seus filmes simbólicos, que sem serem necessariamente ligados à fé” se interessavam “por temas religiosos, como Breson, Tarkovskij, Dreyer, Bergman e mesmo aqueles que não estavam distantes disto, como Buñuel”, observou o Cardeal.
Entre os “protagonistas” das obras premiadas, também Madre Teresa de Calcutá e Celestino V. O Júri foi presidido neste ano pelo produtor austríaco Norbert Blecha. (JE)

Papa Francisco: o Senhor é fiel, suporta nossas infidelidades, lentidões e recaídas

2014-06-27 Rádio Vaticana - Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco faria na tarde desta sexta-feira, dia 27, uma visita à Policlínica romana Agostino Gemelli, por ocasião dos 50 anos de fundação da Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Católica. Com a repentina indisposição que o impediu de realizar a visita, a missa que seria por ele presidida foi celebrada pelo Arcebispo de Milão, Cardeal Angelo Scola, que é também presidente do Instituto Toniolo – entidade fundadora da Policlínica Gemelli.

Os diretores, funcionários da instituição hospitalar e enfermos, bem como professores e estudantes da Universidade Católica do Sagrado Coração, ficaram sentidos com a ausência do ilustre visitante. Durante a missa, celebrada na Praça dos Institutos Biológicos, o Cardeal Scola pronunciou a homilia preparada pelo Santo Padre.
"O Senhor se afeiçoou a vós e vos escolheu": com essa passagem do Deuteronômio (7,7), o Papa inicia sua reflexão, acrescentando que "Deus afeiçoou-se a nós, escolheu-nos", e que este laço é para sempre, "não tanto porque somos fiéis, mas porque o Senhor é fiel" e suporta nossas infidelidades, lentidões e recaídas.
Francisco afirma que Deus ama estabelecer ligações: por amor estabelece aliança com Abraão, Isaac, Jacó e assim por diante. "Cria ligações; ligações que libertam, não que obrigam".
Referindo-se ao Salmo da celebração, repete: "O amor do Senhor é para sempre" (Sl 103). Ao invés, observa, outro Salmo afirma sobre nós homens e mulheres: "A fidelidade desapareceu dentre os filhos de Adão" (Sl 12,2).
Em seguida, o Pontífice enfatiza que hoje, em particular, "a fidelidade é um valor em crise, porque somos induzidos a buscar sempre a mudança, uma presumível novidade, negociando as raízes da nossa existência, da nossa fé".
"Sem fidelidade às suas raízes, porém, uma sociedade não vai para frente", observa: "pode fazer grandes progressos técnicos, mas não um progresso integral, de todo o homem e de todos os homens."
Francisco enfatiza que Jesus permanece fiel, jamais trai, "mesmo quando erramos, Ele nos espera sempre para perdoar-nos: é o rosto do Pai misericordioso".
Este amor, esta fidelidade do Senhor manifesta a humildade de seu coração. Assim definiu-se Ele mesmo: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração" (Mt 11,29).
O Papa acrescenta que o sentido da festa do Sagrado Coração de Jesus, que celebramos nesta sexta-feira, "é o de descobrir sempre mais e de cobrir-nos com a fidelidade humilde e a mansidão do amor de Cristo, revelação da misericórdia do Pai".
"Podemos experimentar e saborear a ternura deste amor em todas as estações da vida: no tempo da alegria e no da tristeza, no tempo da saúde e no da enfermidade e da doença", recorda o Bispo de Roma.
A fidelidade de Deus nos ensina a acolher a vida como evento de seu amor e nos permite testemunhar este amor aos irmãos num serviço humilde e manso. "É o que são chamados a fazer especialmente os médicos e os paramédicos nesta Policlínica, que pertence à Universidade Católica do Sagrado Coração."
"Aqui – continua Francisco –, cada um de vocês leva aos doentes um pouco do amor do Coração de Cristo, e o faz com competência e profissionalismo." Isso significa permanecer fiéis aos valores propostos pelo Padre Gemelli, "para conjugar a pesquisa científica iluminada pela fé e a preparação de qualificados profissionais cristãos".
O Pontífice conclui sua homilia deixando algumas interpelações aos presentes. "Como é meu amor pelo próximo? Sei ser fiel? Ou sou volúvel, sigo meus humores e minhas simpatias?"
Por fim, acrescenta: cada um de nós pode responder em sua própria consciência. "Mas, sobretudo, podemos dizer ao Senhor: Senhor Jesus, fazei o meu coração semelhante ao Vosso, repleto de amor e de fidelidade."
(RL)

Símbolos da JMJ chegam à Belarus

2014-06-27 Rádio Vaticana
Cracóvia (RV) – A Cruz da Jornada Mundial da Juventude e o ícone de Maria “Salus Populi Romani” começarão a peregrinar neste sábado, 28, por dez países do Leste europeu, começando pela Belarus. Entregues por jovens brasileiros a jovens poloneses no Domingo de Ramos, na Praça São Pedro, os símbolos da JMJ já percorreram as mais antigas Dioceses da Polônia, país que acolherá a Jornada de 2016, em Cracóvia.
A Cruz atravessará a fronteira em Brest, percorrendo percorrerá todas as dioceses nas próximas duas semanas, começando pela Diocese de Pinsk. Após, seguirá para a Arquidiocese de Minsk-Mohilev, onde em 4 de julho estará presente também o ícone de Nossa Senhora no Santuário Nacional de Budslau, o principal santuário mariano da Belarus.
Após percorrer as Dioceses bielo-russas, os símbolos da JMJ serão entregues a uma delegação de jovens lituanos no Santuário de Trokeli (Belarus), local símbolo da histórica piedade mariana da “neve”, ligada a São Casimiro, Príncipe do Reino polaco e do Grão-ducado lituano, morto aos 25 anos em Hrodna, em 1484.
A partir de 12 de julho a Cruz da JMJ e o ícone da Mãe de Deus cruzam a fronteira da Belarus e por duas semanas visitam a Lituânia, percorrendo todas as Dioceses. No dia 27 os símbolos da Jornada seguem para a Letônia e após, a outros sete países do Leste europeu, retornando em seguida à Polônia, por onde deverão peregrinar até o verão de 2016 quando em Cracóvia terá lugar o encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa Francisco.
João Paulo II, há 30 anos, entregou aos jovens a Cruz, símbolo do amor de Cristo pela humanidade. Na ocasião, Wojtyla disse aos jovens: “Levem-na ao mundo, como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade, e anunciem a todos que somente em Cristo morto e ressuscitado existe salvação e redenção. (JE)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Apresentado o «Instrumentum laboris» da assembleia extraordinária do Sínodo dos bispos sobre a família

2014-06-26 L’Osservatore Romano
O Evangelho da família; as situações familiares difíceis; a educação para a fé e a vida de todo o núcleo familiar. São estes os três âmbitos nos quais se desenvolve o Instrumentum laboris da assembleia extraordinária do Sínodo dos bispos sobre a família, que se reunirá de 5 a 19 de Outubro deste ano para reflectir sobre o tema «Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização». O conteúdo do documento foi apresentado esta manhã, quinta-feira 26 de Junho, na Sala de Imprensa da Santa Sé.
A primeira parte do texto trata o desígnio de Deus, o conhecimento bíblico e magisterial e a sua recepção, a lei natural e a vocação da pessoa em Cristo. O constatação do escasso conhecimento do ensinamento da Igreja exige dos agentes pastorais mais preparação e o compromisso a favorecer a sua compreensão por parte dos fiéis, que vivem em contextos culturais e sociais diversos.
A segunda parte, que enfrenta os desafios relacionados com a família, considera de modo particular as situações pastorais difíceis, que dizem respeito às convivências e às uniões e facto, aos separados, aos divorciados, aos divorciados recasados e aos seus eventuais filhos, às mães solteiras, a quantos se encontram em condições de irregularidade canónica e a quantos pedem o matrimónio sem serem crentes ou praticantes. No documento é frisada a urgência de permitir que as pessoas feridas se curem e se reconciliem, voltando a ter confiança e serenidade renovadas. Por conseguinte, é invocada uma pastoral capaz de oferecer a misericórdia que Deus concede a todos sem medidas. Trata-se portanto de «propor, não de impor; acompanhar e não constranger; convidar, não expulsar; inquietar, nunca desiludir».
A terceira parte apresenta antes de tudo as temáticas relativas à abertura à vida, como o conhecimento e as dificuldades na recepção do magistério, as sugestões pastorais, a praxe sacramental e a promoção de uma mentalidade acolhedora.
Depois o documento denuncia o escasso conhecimento da Encíclica Humanae vitae. Na maioria das respostas são evidenciadas as dificuldades que se encontram sobre o tema dos afectos, da geração da vida, da reciprocidade entre o homem e a mulher, da paternidade e maternidade responsáveis. No respeitante à responsabilidade educativa dos pais, o documento frisa a dificuldade de transmitir a fé aos filhos e de lhes dar uma educação cristã sobretudo em situações familiares difíceis, cujos reflexos sobre os filhos se alargam também à esfera da fé.
Agora o documento será objecto de estudo e de avaliação por parte das conferências episcopais e confrontado com as diversas realidades locais a fim de evidenciar os pontos focais sobre os quais adiantar propostas pastorais a serem debatidas e aprofundadas durante os trabalhos da assembleia extraordinária e depois na ordinária que terá lugar de 4 a 25 de Outubro de 2015cujo tema será «Jesus Cristo revela o mistério e a vocação da família».

http://www.vatican.va/roman_curia/synod/documents/rc_synod_doc_20140626_instrumentum-laboris-familia_po.html

Apresentado Documento de trabalho para o Sínodo de Outubro sobre "Os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização"

2014-06-26 Rádio Vaticana
“A família é um elemento essencial para todo e qualquer progresso humano e social sustentável.” – esta a mensagem tweet do Papa Francisco, neste dia em que foi divulgado o texto preparatório – o chamado “Instrumento de trabalho” - do Sínodo extraordinário de outubro próximo que terá como tema “Os desafios pastorais da família, no contexto da evangelização”. Numa conferência de imprensa, hoje ao meio-dia, foi apresentado este texto, divulgado nas seis línguas oficiais do Sínodo: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e português.
O Evangelho da família; as situações familiares difíceis; a educação para a vida e na fé no núcleo familiar: são as três áreas em que se desenvolve o Instrumentum Laboris. O documento contém e sintetiza as respostas ao questionário sobre os temas do matrimónio e da família, contido no Documento preparatório ao Sínodo, publicado em Novembro de 2013.
A primeira parte - "Comunicar o Evangelho da família hoje" – reitera antes de tudo o "dado bíblico" da família, baseada no matrimónio entre homem e mulher, criados à imagem e semelhança de Deus e colaboradores do Senhor no acolhimento e transmissão da vida.
Uma reflexão específica é dedicada à dificuldade de compreender o significado e o valor da "lei natural", colocada na base da dimensão esponsal entre o homem e a mulher. Para muitos, "natural" é sinónimo de "espontâneo", o que comporta que os direitos humanos são entendidos como a autodeterminação do sujeito individual que tende à realização dos próprios desejos.
Um outro grande desafio indicado pelo texto agora divulgado é a privatização da família, que já não é entendida como um elemento activo da sociedade e a sua célula fundamental. Por esta razão, é necessário que os núcleos familiares sejam tutelados pelo Estado e recuperem o seu papel de sujeitos sociais nos diferentes contextos: trabalho, educação, saúde, defesa da vida.
A segunda parte do Instrumento de Trabalho - "A pastoral da família diante dos novos desafios" - depois de ter recordado a importância da preparação para o matrimónio, da promoção da piedade popular em apoio à família e de uma espiritualidade familiar autenticamente missionária e não demasiado auto-referencial, chega ao coração dos desafios pastorais de hoje.
São muitas as situações críticas que a família deve enfrentar hoje: fraqueza da figura paterna, fragmentação devida a divórcios e separações, violências e abusos contra as mulheres e crianças ("um dado realmente muito preocupante que interroga toda a sociedade e a pastoral familiar da Igreja"), tráfico de menores, drogas, alcoolismo, dependência do jogo a dinheiro e também a dependência das redes sociais que impede o diálogo em família e rouba o tempo livre para as relações interpessoais.
O documento sinodal destaca também o impacto do trabalho sobre a vida familiar: horários extenuantes, insegurança no emprego, flexibilidade que envolve longos trajectos, ausência do repouso dominical dificultam a possibilidade de estar juntos, em família.
O documento enfrenta, depois, as situações pastorais difíceis e sublinha que a coabitação e as uniões de facto são muitas vezes devidas a uma deficiência de formação sobre o matrimónio, a percepção do amor apenas como "um facto privado", o medo do empenho conjugal entendido como perda da liberdade individual.
O documento dedica também uma grande parte às "situações de irregularidade canónica", porque as respostas recebidas estão sobretudo focalizadas nos divorciados e casados novamente. Em geral, põe-se em destaque o número consistente daqueles que vivem com "negligência" de tal condição e não pedem, portanto, para se aproximarem da Eucaristia e da reconciliação. Em certos casos, algumas Conferências episcopais pedem novos instrumentos para abrir a possibilidade de exercer "misericórdia, clemência e indulgência" para com as novas uniões.
O Instrumentum mostra que, para as situações difíceis que a Igreja não deve assumir uma atitude de juiz que condena, mas a de uma mãe que sempre acolhe os seus filhos, sublinhando que "não aceder aos sacramentos não significa ser excluído da vida cristã e da relação com Deus"
A propósito das uniões entre pessoas do mesmo sexo, se põe em evidência que todas as Conferências Episcopais dizem não à introdução de uma legislação que permite tal união "redefinindo" o matrimónio entre homem e mulher. Pede-se, contudo, uma atitude respeitosa e de não-julgamento em relação a estas pessoas, enquanto se destaca a falta de programas pastorais a este respeito, uma vez que se trata de fenómeno recentes.
O Instrumentum mostra que, para as situações difíceis que a Igreja não deve assumir uma atitude de juiz que condena, mas a de uma mãe que sempre acolhe os seus filhos, sublinhando que "não aceder aos sacramentos não significa ser excluído da vida cristã e da relação com Deus"
A propósito das uniões entre pessoas do mesmo sexo, se põe em evidência que todas as Conferências Episcopais dizem não à introdução de uma legislação que permite tal união "redefinindo" o matrimónio entre homem e mulher. Pede-se, contudo, uma atitude respeitosa e de não-julgamento em relação a estas pessoas, enquanto se destaca a falta de programas pastorais a este respeito, uma vez que se trata de fenómeno recentes.
A terceira parte do documento – “A abertura à vida e à responsabilidade educativa” – faz notar antes de mais que é pouco conhecida na sua dimensão positiva a doutrina da Igreja sobre a abertura à vida da parte dos esposos, pelo que é considerada como uma ingerência na vida do casal e uma limitação à autonomia da consciência. Daqui a confusão que se cria entre os contraceptivos e os métodos naturais de regulação da fertilidade. Relativamente à profilaxia contra a sida, é necessário que a Igreja explique melhor a sua posição, também para contrastar algumas “reduções caricaturais” dos meios de comunicação e para evitar reduzir o problema a uma mera questão “técnica”, quando na realidade se trata de “dramas que marcam profundamente a vida de inumeráveis pessoas.
O “Instrumento de trabalho” para a preparação próxima e o debate da assembleia sinodal de outubro próximo conclui com a Oração à Sagrada Família, escrita pelo Papa e por ele mesmo recitada por ocasião do Angelus de 29 de dezembro passado, festa da Santa Família de Nazaré.

Francisco: cultivar a paz é preciso, mas o verdadeiro agricultor é Deus

2014-06-26 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – O tema da paz esteve no centro do discurso que o Papa Francisco dirigiu aos membros da Congregação para as Igrejas Orientais e os representantes da ROACO (Reunião para Obras de Auxílio às Igrejas Orientais), por ocasião de sua Assembleia Plenária.
O Pontífice falou sua recente viagem à Terra Santa e o encontro sucessivo de oração, nos Jardins Vaticanos, na presença do Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, e dos presidentes de Israel e da Palestina. Na ocasião, o Papa recordou que foi plantada simbolicamente uma oliveira.
“Quem se empenha em cultivar, não deve esquecer, porém, que o crescimento depende do verdadeiro agricultor, que é Deus. Não obstante as graves feridas que sofre ainda hoje, a paz sempre pode ressuscitar”, disse Francisco, agradecendo aos presentes por colaborarem com a caridade para esse “canteiro de obras”.
Com a caridade e a unidade, disse ainda o Papa, será possível combater as discriminações que ainda persistem contra os cristãos. Mas com o apoio de toda a Igreja, Francisco está certo de que poderão “preservar a certeza de que o fogo de Pentecostes e a potência do Amor podem deter o fogo das armas, do ódio e da vingança”.
De modo especial, o Papa expressou sua solidariedade aos irmãos e irmãs da Síria e do Iraque, e aos países onde a ROACO atua, como Ucrânia e Romênia, agradecendo pelo auxílio que prestam a deslocados, refugiados, marginalizados e jovens.
E em vista do Sínodo sobre a Família, em outubro, o Pontífice conclui pedindo que os membros da ROACO priorizem também este âmbito, à luz da Exortação apostólica Ecclesia in Medio Oriente. Com efeito, recordou, a Santa Família de Nazaré viveu “a dor da perseguição, da emigração e do duro trabalho cotidiano”, e portanto nos ensina “a confiar no Pai, a imitar Cristo e deixar-se guiar pelo Espírito Santo”.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

"Ninguém se torna cristão por si mesmo” – o Papa na audiência geral afirmou que ser cristão é pertencer à Igreja

2014-06-25 Rádio Vaticana

Na audiência geral desta quarta-feira, dia 25 de junho, o Papa Francisco continuou, na sua catequese, a temática iniciada na semana passada: a Igreja. O Santo Padre, logo no início da sua intervenção, lançou a ideia fundamental da sua catequese deixando claro que “não estamos isolados, nem somos cristãos por conta própria.” Quando afirmamos que somos cristãos estamos a dizer que pertencemos à Igreja.

“A nossa identidade é pertença.”
Se acreditamos, se sabemos rezar, se conhecemos o Senhor e O reconhecemos nos nossos irmãos é porque outros, antes de nós, viveram a fé e no-la transmitiram e ensinaram – afirmou o Papa Francisco recordando todos aqueles que nas nossas famílias e nas comunidades nos transmitiram a fé.
Ninguém se torna cristão por si mesmo. “
A Igreja é uma grande família – continuou o Santo Padre – na qual uma pessoa é acolhida e aprende a viver como crente, como discípulo de Jesus. Como disse o Papa nesta audiência o caminho da fé vive-se “… não apenas graças a outras pessoas, mas unidos a outras pessoas.”
Segundo o Papa Francisco, por vezes, ouve-se dizer: «Eu creio em Deus, creio em Jesus, mas a Igreja não me interessa…». Estas pessoas crêem que podem ter uma relação pessoal, direta, imediata com Jesus Cristo, fora da comunhão e da mediação da Igreja – sublinhou o Santo Padre. Não se pode amar a Deus sem amar os irmãos, não se pode estar em comunhão com Deus sem estar em comunhão com a Igreja e só podemos ser bons cristãos unidos a todos aqueles que procuram seguir Jesus, formando um só povo, um único corpo.
E isto significa pertencer à Igreja.
No final da catequese o Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Com cordial afeto, saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, em especial o grupo brasileiro de Nossa Senhora da Consolata, em São Manoel, e os fiéis do Santuário de Nossa Senhora do Porto, em Portugal. Irmãos e amigos, estais em boas mãos, estais nas mãos da Virgem Maria. Ela vos proteja da tentação de prescindir dos outros, de pôr a Igreja de lado, de pensar em salvar-vos sozinhos. Rezai por mim! Que Deus vos abençoe!
O Papa Francisco a todos deu a sua benção! (RS)

Papa acompanha situação dos Franciscanos da Imaculada. Card. Braz Aviz visitará Legionários em julho

2014-06-25 Rádio Vaticana





















Cidade do Vaticano (RV) – Uma nota do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, explicou nesta quarta-feira, 25, a situação dos Franciscanos da Imaculada e dos Legionários de Cristo, com base em informações recebidas do Secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom Rodriguez Carballo.
Segundo Padre Lombardi, todos os seminaristas dos Franciscanos da Imaculada, acompanhados pelo Padre Volpi, foram recebidos pelo Papa Francisco, na Casa Santa Marta, em 10 de junho último, “num gesto que demonstra o interesse” do Papa Francisco que acompanha esta situação, assim como a sua “proximidade ao trabalho que o Comissário está realizando em nome da Congregação para a Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica”. O Santo Padre é continuamente informado sobre todos os passos realizados em relação ao referido Instituto. Neste momento – informou a nota – é procurada uma casa em Roma onde poderão morar os frades estudantes para completar seus estudos.
A respeito dos Legionários de Cristo, a nota informa que com a realização do Capítulo Geral, este Instituto voltou à competência da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Com esta passagem, conclui-se o trabalho do Delegado Apostólico.
Para expressar proximidade fraterna, o Prefeito e o Secretário do dicastério vaticano, Cardeal João Braz de Aviz e Dom José Rodríguez Carballo, respectivamente, irão à sede central dos Legionários em 3 de julho próximo, para comentar pessoalmente algumas pequenas correções a serem feitas no texto da Constituição.
Sobre o “Assistente”,- figura já prevista antes do Capítulo Geral - será, como já previsto, um religioso, que conhece os Legionários e que poderá ser de ajuda ao Conselho Geral no que tange a temas jurídicos e outros, segundo a necessidade. Trata-se de um “Assistente” – reitera o dicastério vaticano – e não um Visitador ou Comissário ou Delegado. O Assistente não tem voz e nem voto, é somente um assessor.
(JE)

terça-feira, 24 de junho de 2014

A saúde do Papa

2014-06-24 Rádio Vaticana
 Cidade do Vaticano (RV) –














“Especulações completamente sem fundamento”: assim o Diretor da Rádio Vaticano e da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, responde às notícias publicadas recentemente pela imprensa de que o Papa Francisco estaria doente depois de cancelar ou reduzir alguns compromissos de sua agenda.
Leia a seguir a entrevista exclusiva que o Pe. Lombardi concedeu ao Programa Brasileiro.
Programa Brasileiro:- Pe. Lombardi, partimos de um fato destes dias: parte da imprensa brasileira tem especulado sobre a saúde do Papa, com ilações de que Francisco não estaria muito bem. O que o senhor pode nos dizer a esse respeito:
Pe. Lombardi:- São especulações completamente sem fundamento. Em parte, essas especulações se devem ao fato que publicamos qual é a atividade do Papa durante o período de verão (europeu), portanto, a redução de seus compromissos habituais neste período. Isso significa que não haverá as audiências gerais do mês de julho e as missas na Casa Santa Marta nos meses de julho e agosto. Isso foi interpretado por alguns como redução dos compromissos por motivo de saúde. Isso é absolutamente desprovido de razão, porque é exatamente a mesma coisa que se fez no ano passado, em que não houve as missas da manhã durante todo o mês de julho e de agosto e não houve as audiências gerais durante todo o mês de julho e, inclusive, foram depois suspensas também durante o mês de agosto porque havia poucas inscrições. Então isso é normal, não há nenhum motivo particular de saúde do Papa. Aproveito para recordar que também seus predecessores faziam o mesmo tipo de redução dos compromissos durante o período do verão. João Paulo ia para lugares de montanha durante o mês de julho e não fazia nenhuma audiência geral. Também Bento XVI ia para Castel Gandolfo, e as audiências gerais eram suspensas durante o mês de julho. Portanto, se trata de algo absolutamente normal feito pelos predecessores. Uma redução dos compromissos do Papa é também uma redução do trabalho de seus colaboradores. O Papa não está sozinho no Vaticano ou na Igreja: toda iniciativa do Papa envolve muitas pessoas que trabalham em função dos compromissos do Santo Padre, que devem desempenhar vários serviços relacionados à atividade do Papa. Devem receber os pedidos de participação nas audiências, distribuir os bilhetes, dispor as cadeiras, colocar as coisas em ordem, limpar, em suma, fazer tantas coisas. Inclusive para as missas que celebra na Casa Santa Marta várias pessoas trabalham quer para a preparação, quer para a realização e o acolhimento dos grupos todas as manhãs. O Papa sabe que também essas pessoas precisam repousar de vez em quando. O Papa e seus colaboradores devem ter um ritmo humano de trabalho. É justo que, durante o período de verão, haja uma redução dos compromissos.
É algo absolutamente normal e não há nenhum motivo de saúde. Noto que o Papa Francisco decidiu, como no ano passado, permanecer na Santa Marta durante o verão. Não ir para fora de Roma, mas ter um período com menos compromissos públicos que lhe permite fazer outro tipo de trabalho, de reflexão, de oração, com um ritmo mais calmo, mas também que lhe permite pensar, escrever. Nos meses de verão do ano passado, o Papa escreveu a Evangelii Gaudium, que é um grande documento, muito importante para toda a Igreja. Certamente, houve a oportunidade para que pudesse pensá-lo e escrevê-lo. Se todos os dias ele tiver audiências, colóquios e outras coisas, nunca terá tempo para pensar em algum documento ou em alguma reflexão mais aprofundada. Agora, sabemos que está sendo preparada uma nova Encíclica, da qual falou, sobre a proteção da criação, sobre a ecologia. Há inúmeros empenhos importantes do Papa para o próximo outono, há o Sínodo sobre a Família, outras viagens. Há pouco anunciou a viagem à Albânia. Depois há viagem à Ásia e assim por diante. Os compromissos são numerosos e também a preparação para esses empenhos requer concentração e tempo. O verão deste ano servirá para isso. Destaco ainda que, no ano passado, no mês de julho o Papa foi ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude e, depois, fez um período mais longo de descanso dos compromissos públicos em agosto. Este ano será o inverso, porque em agosto o Papa irá à Coreia, uma longa viagem em outro continente. Portanto, os compromissos serão mais reduzidos em julho, de modo que tenha um tempo de interrupção.
Programa Brasileiro:- Portanto, Pe. Lombardi, na verdade este período de verão em que não há compromissos públicos do Santo Padre, é um período ao invés em que o Papa trabalha muito, como o senhor reiterou. Há esses compromissos, há a Encíclica sobre a ecologia em preparação, certamente este período podemos prever também um tempo disponível para toda essa preparação, para a redação do documento....
Pe. Lombardi:- Não cabe a nós fazer a agenda do Papa e ditar quais trabalhos que ele tem que fazer. O Papa certamente é muito ativo, prepara documentos, faz reflexões. Mantém encontros. No ano passado, mesmo sem as audiência públicas, realizou durante o verão encontros e atividades que eram importantes para desenvolver suas reflexões. Portanto, não é certamente um tempo “vazio”, é um tempo “cheio”, mas de maneira diferente, sem os compromissos públicos que caracterizam a agenda normal: não há audiências a chefes de Estado ou a outras grandes personalidades. Não há as grandes audiências na Praça no mês de julho, porém o Papa igualmente trabalha, reza, estuda, escreve e encontra pessoas como faz habitualmente. Gostaria de acrescentar outra pequena consideração: houve dias em que o Papa suspendeu algumas audiências previstas e as adiou para outro momento. Isso aconteceu porque havia naquele dia um motivo para descansar um pouco, devido a uma leve indisposição ou outra razão. Também isso deve ser considerado absolutamente normal para uma pessoa que tem um ritmo de atividade incrível, como o Papa tem, que trabalha de manhã, à tarde, quase sempre sem interrupção. Portanto, se ele tira um momento de repouso, naturalmente deverá mexer ou adiar alguns dos compromissos assumidos. Mas isso é absolutamente normal. Se ele tivesse uma atividade muito mais reduzida, isso não aconteceria. Mas ao invés (risos), como sabemos, tem uma atividade realmente muito intensa. Como vimos, sempre retomou a atividade em tempos brevíssimos (essas interrupções foram sempre muito breves), de parte do dia, e depois retomou o ritmo normal. Quem o segue na sua atividade em Roma, ou acompanha com atenção o que ele faz, percebe que tem um ritmo de atividade enorme, intensíssimo, e isso certamente não quer dizer que está mal. Ou seja, não tem uma enfermidade; caso contrário, absolutamente não seria capaz de fazer tudo o que ele faz: a extensão das grandes audiências, as celebrações, as viagens que realizou em condições muitas vezes difíceis... E continua a assumir mais compromissos. Sei, por exemplo, se olharmos para o mês de setembro, praticamente em todos os domingos daquele mês já existem compromissos públicos que assumiu, como a viagem a Redipuglia (norte da Itália), uma viagem à Albânia. Em outubro, há também o Sínodo, com a celebração de inauguração, uma celebração para os novos santos canadenses, com a beatificação de Paulo VI, há ainda as canonizações que previu para o mês de novembro. Digamos, portanto, que se o Papa reduziu um pouco os empenhos de julho e de agosto, como sempre no passado, não podemos absolutamente dizer que tenha reduzido os compromissos dos meses sucessivos.
Programa Brasileiro:- Além disso, Pe. Lombardi, poderíamos dizer que quem está ao lado do Papa Francisco sabe muito bem, como já foi reiterado mais vezes, que o Pontífice é um “turbilhão”, uma pessoa que não pára nunca, da qual o senhor é naturalmente testemunha....
Pe. Lombardi:- Certamente. Creio que realmente seja impressionante a intensidade da sua atividade e da criatividade. A contínua produção de novas ideias, a vivacidade com que vive a relação com as pessoas que encontra... Não existem absolutamente elementos que deem a ideia de uma pessoa cansada ou doente. Estamos diante de uma pessoa que nos impressiona continuamente pela intensidade de seus compromissos, da sua vida, da sua vivacidade espiritual.